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OS PERIGOSOS MAUS, INTELIGENTES E INCULTOS

Tenho uma argumentação pronta para situações como a que forçou a existência da CPI do DETRAN e a nossa necessária e interessada observação cidadã que, sem nenhuma falsa modéstia, presunção ou preconceito, descreve criaturas como o tal Lair Ferst.

Meu maior medo é o de ver gente burra, mal intencionada e com as costas quentes dando as cartas. Ao contrário do que muitos pensam, os maus e inteligentes não são os mais perigosos por serem reconhecidos como tais. Afinal de contas, os bons e inteligentes dão-se o trabalho de monitorá-los a fim de projetar uma sociedade mais justa.

O grande risco da humanidade é menosprezar a capacidade de articulação dos maus intelectualmente despreparados, pois eles passam a agir fora do controle da sociedade protegidos pelas sombras…

Por heliopaz

@heliopaz | cultura de fã de futebol online/offline | Educação = cultura + ato político

8 respostas em “OS PERIGOSOS MAUS, INTELIGENTES E INCULTOS”

Sabe, Hélio, vamos e voltamos e estamos nos tempos da Casa Grande e dos feitores..senão vejamos, é um fato que gente despreparada está a comandar certas situaçoes e monitoradas, como voce disse, pelas sombras, nao seria o antigo habito de mandar os jagunços fazeram a parte suja?
Como disse Martin L. King. O que me espanta nao é o barulho dos maus, mas o silencio dos bons….

Estamos cada vez mais distantes dos tempos da Casa Grande e dos feitores. Este é um tempo que já passou em certos lugares, mas que insiste em permanecer no Brasil arcaico que deve mudar. O caminho da inserção social dos excluídos não tem volta. É isso o que o Brasil tem que fazer, como fizeram os países socialmente desenvolvidos. É só seguir determinadas linguagens, como investir maciçamente em educação. Mas tudo na vida é cíclico e a história – ao contrário do que dizem – não está determinada, nem pela religião e nem pela ideologia. Ao contrário do que disse Fukuyama a história não acabou, ela continua, mas seu curso não pode ser determinado pela luta radical, porque o ser humano, por essência, é sensível, sensato e razoável.

MAIA,

É perigoso crer em impressões próprias que levem-nos a concluir (pelo menos parcialmente) que existe uma série de atributos de personalidade e de aspirações que devam ser “naturalizadas”.

Não existe, até hoje, nenhum estudo sério em sociologia, genética ou psicologia que garanta a veracidade ou a comprovação de que o homem possui tais características EMOCIONAIS porque “todo homem é assim” ou porque “todo homem possui o potencial de desenvolver ou de fazer tais e tais coisas”.

Então, não tenho como concordar contigo sobre “o ser humano” em geral ser, “por essência”, sensível, sensato e razoável. Há uma infinidade de graduações e de fatores desde a concepção de um indivíduo que, com o passar do tempo e com a sua necessidade de sobreviver, irão determinar em que situações e contextos ele será sensível, sensato e razoável.

Isso vale para uma determinada corrente filosófica. Porém, a filosofia é a mais abstrata de todas as ciências e permite-se tais arroubos como uma maneira de pensar através de uma série de associações. No entanto, a filosofia pouco consegue pesquisar a objetividade do sujeito no mundo empírico.

No mais, concordo contigo: a história (tenho utilizado muitos livros de história ultimamente) não é linear e muitas coisas voltam. Por isso, te indiquei o livro de ASA BRIGGS e PETER BURKE – UMA

[]’s,
Hélio

MAIA,

É perigoso crer em impressões próprias que levem-nos a concluir (pelo menos parcialmente) que existe uma série de atributos de personalidade e de aspirações que devam ser “naturalizadas”.

Não existe, até hoje, nenhum estudo sério em sociologia, genética ou psicologia que garanta a veracidade ou a comprovação de que o homem possui tais características EMOCIONAIS porque “todo homem é assim” ou porque “todo homem possui o potencial de desenvolver ou de fazer tais e tais coisas”.

Então, não tenho como concordar contigo sobre “o ser humano” em geral ser, “por essência”, sensível, sensato e razoável. Há uma infinidade de graduações e de fatores desde a concepção de um indivíduo que, com o passar do tempo e com a sua necessidade de sobreviver, irão determinar em que situações e contextos ele será sensível, sensato e razoável.

Isso vale para uma determinada corrente filosófica. Porém, a filosofia é a mais abstrata de todas as ciências e permite-se tais arroubos como uma maneira de pensar através de uma série de associações. No entanto, a filosofia pouco consegue pesquisar a objetividade do sujeito no mundo empírico.

No mais, concordo contigo: a história (tenho utilizado muitos livros de história ultimamente) não é linear e muitas coisas voltam. Por isso, te indiquei o livro de ASA BRIGGS e PETER BURKE – UMA HISTÓRIA SOCIAL DA MÍDIA (Jorge Zahar).

Muito mais do que a ideologia e as referências culturais de cada um, basta verificar na história que todos os problemas decorrentes da instituição da mídia como hegemonia industrial que vive em função de patrocínios já era discutida no século XV com a edição de livros (Reforma e Contra-Reforma) e com o letramento crescente da sociedade européia como um todo.

Hoje, o fenômeno repete-se com outra intensidade, com um outro alcance e com uma série de equívocos que decorrem do desconhecimento técnico da linguagem midiática por parte da maioria dos blogueiros que, por outro lado, possuem um repertório amplo, pulverizado e diferenciado em relação ao discurso quase único da mídia corporativa (isso não é opinião, é fato).

Ao mesmo tempo, apesar da miséria, da guerra, das injustiças, da concentração de renda nas mãos de poucos, da corrupção, do lobby e de pôr o individual na frente do coletivo é inevitável que, mesmo lentamente e com diversas intensidades verificadas em locais diferentes, a economia está sempre crescendo, mesmo quando cai vertiginosamente em um ponto específico do planeta.

[]’s,
Hélio

Hélio, minha crítica diz respeito àqueles que acreditam em uma dialética sem síntese ou dialética radical. Não sei se é o teu caso, acredito que não, mas é o caso do Grazziotin que anda por ai, como um míope que não usa óculos e nem lentes. Já diziam os velhos sábios gregos – aqueles que inventaram a democracia – que o homem é a medida de todas as coisas. E ele estava recheado de razão. Realmente, a economia anda crescendo em todas as partes do mundo. As pessoas vivem melhor hoje do que viviam no início do século XX. E a nossa tarefa, da mídia grande, média e pequena é convergente: fazer com que mais e mais pessoas tenham acesso a um mundo de qualidade de vida e com responsabilidade social, ambiental. Mas para que isso ocorra é necessário, também, haver liberdade de opção econômica e política. Não se pode, por exemplo, menosprezar um fato social chamado mercado , que não é deus, mas tem uma grande relevância. Não há como acabar com o mercado. Foi esse o grande equívoco da sociedade do socialismo real soviética, como nos mostrou o Angelo Segrillo no livro “A Derrocada do Império Soviético” Editora Record, livro que recomendo. Nenhuma sociedade socialista deu certo exatamente por isso, porque elas nunca foram além do estatismo (sendo esse o seu limite) e todo o mercado socialista é artificial e quando ele se mistura com o mercado real que é inerente do próprio capitalismo, ele não consegue sobreviver e cai como castelo de cartas. É isso o que vai acontecer com Cuba, logo logo.

MAIA,

Vejo no teu pensamento muita semelhança em relação àquilo que meu pai lia. Não vejo em ti má intenção, apenas idéias com as quais pouco tendo a concordar mas, no fundo, nosso objetivo ao discuti-las é o mesmo.

O mercado não pode ser simplesmente aceito como ele é, visto como inevitável ou como a melhor opção de desenvolvimento possível. Ele deve ser questionado e deve-se oferecer alternativas (que existem, funcionam mas, infelizmente, são desconhecidas do grande público porque não fazem parte do agendamento midiático).

Ao mesmo tempo, qual a forma de implementação do socialismo que não deu certo? O que faltou para que ele fosse um sistema ue funcionasse? Será que é tão simples assim dizer que ele não funcionou em função das diferenças e das aspirações indiviiduais? Será que o capitalismo reinou porque ele é “melhor”?

Tudo está em rede e tudo influencia e é influenciado por tudo. Porém, o grande erro está em quatro fatos principais:

1) O de que para uma sociedade funcionar é preciso que poucos detenham os meios de produção e prosperem para só então haver uma divisão do bolo que nunca ocorre;

2) Que o pobre, o negro, a mulher ou pessoas de outras orientações sexuais e religiosas diferentes da predominante em uma dada sociedade são marginais, transgressores, violentos e ignorantes porque querem e que há oportunidades iguais para todos;

3) Que a esquerda deve ignorar os ricos e que a direita deve tão-somente se aproveitar dos pobres como mera reposição de mão-de-obra e como mercado consumidor de seus produtos;

4) Que haja público sem o privado e que haja privado sem o público.

Eu acho que as palavras de um para o outro (MAIA E GRAZZIOTIN) foram pesadas e impensadas demais a ponto de fazer com que ambos percebam que podemos tentar transformar o mundo de maneira que ele funcione melhor para a maioria.

Estou com o pensamento de esquerda adaptado ao contexto atual ao invés do pensamento clássico que era voltado para um mundo industrial e não de serviços; de escravidão pura sem direito a entretenimento ou cultura.

Conheço, reconheço e compreendo como a direita pensa porque fiz MBA e porque me criei em um ambiente privilegiado. No entanto, o acúmulo excessivo, o individualismo e a alienação predominante nesse meio não conseguem me convencer de que eles são os melhores ou que estão “certos”.

[]’s,
Hélio

Alternativas ao mercado, Hèlio? Qual, quando, onde? Mercado é fato social, ele simplesmente acontece, mercado não é necessariamente controlado pelos grandes empresários. A feira do Bonfim é um mercado de pequenos produtores e funciona muito bem. Não se faz mercado com canetaços e com ideologias. E esse é o grande equívoco do mundo socialista que nunca foi além, repito, do estatismo, da burocracia, da ineficiência e o povo unido que jamais será vencido sempre, sempre e sempre fez e faz questão de lutar para derrubar os sistemas que limitam as opções políticas e econômicas.

MAIA,

A inevitabilidade de um mercado sem aspas e que não trate os homens como privilegiados/excluídos refere-se a uma forma saudável de macro e microeconomia.

O “mercado” cheio de “chinelões” e de outros que comem galinha e arrota faisão é aquele no qual o que interessa é privatizar os lucros e sociualizar com o estado o prejuízo. É aquele em que, ao invés de investir-se na produção sustentável, se investe no mercado financeiro, remunerando dinheiro muito mais do que ele vale e inventando valores intangíveis para empresas através de papéis que sobem e descem ao sabor dos rumores.

A competição necessária é saudável: não pode contemplar o excesso de valorização dos vencedores e a exclusão dos derrotados, que não podem ser meramente taxados como “losers”. E a competição não pode permitir que alguém seja dono de tudo, nem tampouco deve valorizar o dinheiro acima do sensível, do humano, da construção de mentes críticas.

Eu penso assim. Há n diferentes articulações desses conceitos em função das diferenças sociais e econômicas através da História que consideram as questões do desenvolvimento, da gestão, das finanças e da educação de maneira diferente.

Todavia, a neutralidade, a imparcialidade e a isenção NÃO EXISTEM. O contexto interessante a quem detém os meios de produção é que determina o uso ideológico da técnica. E isso já não é opinião pessoal: é uma das raras constatações ainda sem argumentação teórico-prática suficientemente consistente a ponto de contestá-la.

[]’s,
Hélio

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