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RICHARD “CHENGUE” MORALES NO GRÊMIO

Como em qualquer contratação, ninguém pode prever se um determinado jogador irá dar certo em clube algum. E, mesmo que dê certo, tampouco se sabe por quanto tempo, nem se ele será regular ou irregular.

Um blogueiro voluntário que escreve porque gosta e também para encontrar leitores dispostos a discutir futebol consigo dificilmente tem tempo ou criatividade suficientes para levar a cabo uma pauta mais jornalística – ainda mais quando se é amador. Neste caso, chegou a minha vez de pedir ajuda aos “universitários”.

Em mais de oito anos como leitor e comentador pela blogosfera afora e em pouco mais de dois anos como blogueiro, ainda não encontrei blog melhor sobre o futebol na América do Sul do que o IMPEDIMENTO, do Daniel Cassol (colega de mestrado em Ciências da Comunicação na Unisinos e, assim como eu, também um ex-fabicano e militante social) em parceria com uma galera que escreve muito bem e pensa melhor ainda ( Antenor Savoldi Jr., Douglas Ceconello e Vitor Vechi, com colaboração de Alexandre Rodrigues, Leandro Demori (da Nova Corja) e Luís Felipe dos Santos).

Pois bem: o Daniel Luís Felipe postou ontem um artigo sobre o novo centroavante TRICOLOR, o experiente grandalhão RICHARD MORALES, conhecido na banda oriental como EL CHENGUE.

Pessoalmente, confesso que o vi jogar muito poucas vezes. Embora não tenha jamais visto nele nenhuma pinta de craque (caso contrário não teria permanecido apenas quatro temporadas em clubes pequenos da Espanha), sempre me passou uma boa impressão dentro de campo.

Não, não dá para compará-lo nem técnica nem fisicamente com Jardel, Gilson Cabeção, Zé Afonso (Afonsão), Rômulo ou Marcel, apenas para ficar com os pivôs mais marcantes dos últimos 15 anos. Além de não ser mais um jovem, Morales possui muito mais garra e muito mais força física do que todos os outros citados. E, se é para compará-lo com outro avante esguio uruguaio que passou pelo OLÍMPICO, diria que é bem mais inteligente e focado do que SEBASTIÁN “EL LOCO” ABREU, hoje no RIVER PLATE (ARG).

Recentemente, a família do jogador vetou a sua ida para o FLAMENGO, em função da violência de 20 e poucos torcedores rubro-negros durante um treino na Gávea. Ao mesmo tempo, aqui em Porto Alegre, duvido que ele jamais tenha sido cogitado para vestir a camiseta do Tradicional Adversário, apesar de não aparentar encaixar-se no perfil de um clube nababo e eternamente vitorioso.

Voltando à parte que nos toca, qual é o contexto do GRÊMIO neste momento de fechamento da janela de transferências, a fim de o diretor de futebol ANDRÉ KRIEGER e do técnico CELSO ROTH decidirem bater o martelo sobre MORALES no sentido de afirmar que ele seria “O” cara?

Pela primeira, vez, somos líderes há 10 rodadas consecutivas de um BRASILEIRÃO por pontos corridos. Melhor defesa, melhor ataque, maior saldo de gols, segundo menor número de expulsões, excelentes resultados fora de casa e alguns sustos em casa, porém ainda invicto sob a sentinela dos quero-queros dos campos da Medianeira. Felizmente, nenhuma lesão passível de cirurgia ou que impossibilite a escalação de nossos atacantes por mais de três semanas. Também não possuímos nenhum craque de seleção (PEREA nem sempre é convocado pela COLÔMBIA e, mesmo quando é chamado, nem sempre joga). MARCEL, o próprio PEREA, REINALDO e, ultimamente SOARES, têm marcado gols. E, se é pela falta de um bom cabeceador que se contratou MORALES, este também não seria um motivo plausível, já que mais de 30% dos gols do GRÊMIO no BRASILEIRÃO 2008 foram marcados através de jogadas aéreas.

Contudo, para ganhar o campeonato nacional mais difícil do planeta em época de escassez financeira e técnica, mesmo assim é preciso incrementar a qualidade e a quantidade do plantel.

Pessoalmente, acho uma temeridade não haver ainda meninos prontos no SUB-20 ou no SUB-17 e, sobretudo, ser obrigado a apostar no fraquíssimo velocista ANDRÉ LUIZ. Nesta reta final, onde todo cuidado é pouco (ainda mais quando, na dúvida, as arbitragens costumam decidir prioritariamente pró-FLAMENGO ou pró-PALMEIRAS), MORALES vale por ser mais alto, mais forte e melhor cabeceador do que todos os zagueiros que avançam e do que todos os atacantes mais antigos no plantel TRICOLOR.

Uma de suas credenciais mais importantes é a de ter marcado dois gols na repescagem das eliminatórias para a COPA de 2002 contra a AUSTRÁLIA no CENTENARIO, classificando a CELESTE OLIMPICA para o último mundial decentemente jogado pelo Brasil.

Não sou adepto da fórmula mágica que alguns dirigentes dos clubes porto-alegrenses mais famosos seguidamente adotam – a de contratar um “gringo” que tenha decidido uma partida contra nós ou contra o nosso T. A. MORALES foi peça decisiva na desclassificação deles e também na “quase” do FLAMENGO nas últimas edições da LIBERTADORES. Ao mesmo tempo, parece ser o tipo de líder carismático que faltava ao time dentro de campo: sério, experiente, motivador e dedicado. Ao mesmo tempo, EL CHENGUE também se encaixa perfeitamente no biotipo, no orçamento e nas expectativas da torcida e da direção.

Deixo-os com um pouco de RICHARD MORALES, segundo artigo do DANIEL CASSOL no IMPEDIMENTO. Também pesquei dele uma matéria completíssima com vídeos sobre a pancadaria entre NACIONAL x PEÑAROL pelo CLAUSURA de 2000 no blog LA-REDO. A conseqüência da briga generalizada levou o nosso novo centroavante ao cárcere. Finalmente, a experiência sensível, honesta, transparente e, acima de tudo, cidadã desse triste episódio em uma entrevista concedida ao portal FUTBOL.COM.UY.

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Por heliopaz

@heliopaz | cultura de fã de futebol online/offline | Educação = cultura + ato político

0 resposta em “RICHARD “CHENGUE” MORALES NO GRÊMIO”

Fala, Adriano!

Não sei explicar o motivo, mas sinto que ele vai dar certo no GRÊMIO. Ele é mais lutador e melhor cabeceador do que nossos outros atacantes. Se estiver bem fisicamente, acho que a qualidade do time vai aumentar.

Valeu a visita!

[]’s,
Hélio

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