No final das contas, a atividade policial (ou policialesca, como queiram) ocorre contra os movimentos sociais porque eles possuem um grau de politização e um alto grau de conscientização do seu papel SOCIAL. Contudo, o método secular de manifestações públicas e da discussão política presencial hoje estabelecem uma quebra no fluxo que a classe média urbana não aceita de jeito nenhum (seja pela crença no medo forçado pela mídia corporativa, seja por puro individualismo). Tal processo, que vem da economia, da política, da internet, da midiatização e dos infinitos usos da técnica e do discurso que possibilitam a circulação de bens simbólicos mundo afora, é inevitável, pois não é necessariamente imposto e nem tampouco fruto de um pensamento único. Isso seria simplificar demais a questão.
O resultado mais observado em todas as esferas sociais é a passividade induzida por uma falsa sensação de que tudo na sociedade é devidamente dialogado e de que não vivemos sob um império global, contra o qual dever-se-ia resistir de maneira global, descentralizada e em rede. O estado nacional está enfraquecido, assim como a guerra é de todos contra todos e é constante. Na verdade, o regime normal é a pax americana, enquanto o regime de exceção é inadmissível por quase toda a sociedade, que acredita ser livre e autônoma.
A esmagadora maioria dos funcionários públicos, funcionários privados, estudantes e (o maior exemplo de todos) atletas são um reflexo dessa passividade.
Porém, isso não se contorna meramente criticando a intenção da mídia corporativa, já que muita gente não acredita piamente nela, e nem meramente conhecendo pessoas, empresas e o seu respectivo poder econômico, coercitivo e simbólico: é preciso conhecer como eles se articulam e fazer ainda melhor.
Portanto, para evitar esse tipo de confronto infrutífero, inútil, derrotista e incompetente, falta COMPETITIVIDADE, OBJETIVOS CLAROS e um CAMINHO ARTICULADO à esquerda contemporânea.
Não quero mais ver atitudes quixotescas dos movimentos sociais.